sábado, 11 de dezembro de 2010

O verdadeiro time rock n´roll


Peguei esse texto do blog do Birner. Quem escreveu foi um corinthiano. O vídeo demora um pouco pra ficar interessante. Vale pela música de entrada e pela presepada dos caras do St. Pauli driblarem todos os outros jogadores da Bundesliga. Leiam o texto até o fim e vejam o vídeo, os torcedores em pé, etc e tal. Muitos reverão seus posicionamentos sobre a evolução do futebol no mundo moderno e consumista de hoje.


De Xico Malta

Um Red Light District
O time leva o nome do bairro onde está sediado desde a sua criação, na cidade de Hamburgo, norte da Alemanha. Conhecido por ser um Red Light District (bairro da luz vermelha), o local abriga sex shops, casas de prostituição, teatros, discotecas e bares. É conhecido por receber faz muito tempo os marinheiros ávidos e sedentos pelos prazeres carnais depois de meses no mar. Hoje em dia, o bairro tem como seu ponto alto a famosa rua Reeperbahn, repleta de casas de stripers, bordéis e um museu do sexo. É lá também que se encontra o ilustre Star Club, onde os Beatles, no começo dos anos 60, ainda desconhecidos, tocavam. Por lá já passaram também Jerry Lee Lewis, Jimi Hendrix, Ray Charles e tantos outros astros do Rock. É nesse ambiente que vive o St. Pauli. Parodiando o filosofo iluminista: O clube é o reflexo de seu meio. Seus torcedores compostos por punks, rockeiros, artistas e gays compõem a paisagem do estádio Millerntor, junto à fumaça dos cigarros de maconha e das bandeiras com caveiras de pirata, símbolo do clube. Militantes libertários ou de extrema esquerda, todos se unem nos valores defendidos pelo clube desde a sua criação em 1910. No seu estatuto está determinado que antes de mais nada o Sankt-Pauli é um clube anti-racista e antifascista.

Rivalidades
O St. Pauli, clube mais sui generis de toda a história do futebol mundial, completou 100 anos em 2010. Além da rivalidade com o Hamburgo, o St. Pauli tem como principais adversários o Bayern de Munique e o Hansa Rostock. O time de Munique é considerado pelos habitantes de Hamburgo o expoente do capitalismo da rica Baviera.Eles encaram o confronto como o jogo do time de esquerda, do norte e protestante, contra um dos mais ricos clubes do mundo, localizado no sul da Alemanha, região composta por maioria católica. A briga com o Hansa Rostock é outra. O time da ex-Alemanha Oriental tem muitos torcedores neonazistas. Este jogo é considerado o mais perigoso do país.

The Rebel’s choice
Não só de rivalidades vive o St. Pauli. Os torcedores do time de Hamburgo tem uma amizade fraternal com os seus homólogos escoceses do Celtic de Glasgow. A união das duas torcidas é chamada de The Rebel’s choice (a escolha rebelde).

O ilustre senhor Corny
Em 2002, Cornelius Littman, ou simplesmente Corny, assumiu a presidência do clube. Homossexual assumido, Corny é artista e dono de um cabaré no bairro, o Schmidt Theater. Este emblemático personagem de Hamburgo conseguiu conciliar as obrigações do futebol moderno com o desejo de seus torcedores de manter as tradições da instituição. Corny deu algumas pinceladas capitalistas na gestão do clube, que apgou uma enorme dívida. Deu início também à modernização do estádio Millerntor. Conciliou o desejo de seus torcedores de manter a maioria dos lugares em pé com preços baixos e contruiu camarotes caros para quem deseja mais conforto. O bom trabalho de Corny foi premiado com a primeira divisão da bundesliga no ano de seu centenário. É lógico que a festa não podia ser banal.
No dia 9 de maio deste ano, logo após o apito final do último jogo da segunda divisão, os jogadores do St. Pauli entraram no vestiário e voltaram alguns minutos depois com as camisas de seus futuros adversários da Bundesliga. A parodia de um jogo entre o Sankt-Pauli e o All Stars da Bundesliga foi idealizada e dirigida por Corny. No dia 19 de maio de 2010, aniversário do clube, Corny anunciou sua demissão com o sentimento de dever cumprido.

O rockeiro St. Pauli
Nos jogos em casa, o time entra em campo ao som de “Hells Bells do grupo AC/CD. Sempre depois de cada gol, toca nos alto falantes do estádio trecho de música Song2 do grupo Blur.

FIFI Wild Cup
O clube hospedou o 2006 FIFI Wild Cup, um torneio cujo os participantes eram Seleções nacionais não reconhecidas: Tibete, Zanzibar, Groenlândia, Gilbratar e República Popular do Chipre do Norte. O anfitrião disputou o torneio sob a denominação “República de St. Pauli”.

2 comentários:

  1. Pode ser um bom novo posicionamento para o Palmeiras.

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  2. Taí um time que aceitaria o Richarlyson numa boa... Será coincidência o nome Saint Pauli e a orientação sexual de parte da torcida, dirigentes e jogadores ?

    Mc Fly, quando você não fala do seu time, seus posts são geniais.

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