quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

“Socratistas” e “Ronaldistas”

Achei legal reproduzir aqui o post de Vitor Birner. Na minha opinião, Pino e Guto já são "Ronaldistas" há muito tempo... O Julio se manteve um “Socratista”.

"Este post deve render alguns xingamentos. Mas quem é capaz de raciocinar, concorde ou não, me entenderá.

Sempre morei ou no centro da cidade ou perto dele. Numa das minhas casas, nos anos 80, eu via a numerada e parte do Tobogã do Pacaembu da janela de meu quarto. Qualquer gol eu escutava um segundo antes do narrador do rádio (Osmar Santos, José Silvério ou Fiori Gigliotti) gritar.

Como era barato o ingresso, eu assitia muitos jogos de todos os times no Pacaembu. Inclusive as deliciosas disputas entre 4 equipes pelo acesso ao então importante Paulistão.

Só abdicava das idas ao Paulo Machado de Carvalho para fazer a viagem com o Jd. Colombo até o Morumbi toda semana. As vezes andava até o Anhangabaú para embarcar no CMTC azul, o “busão” que quase ninguém pagava, e fazia o trajeto mais rápido, sem paradas, pela 9 de Julho.

Naquela época, está claro, todo corintiano era “socratista”.

Não importava para os alvinegros da época se as estrelas estavam em campo. Nem se havia chances técnicas de título. Era o Corinthians e a torcida. E isso representava tudo para quem amava a agremiação.

Da periferia, na época “mais distante”, pois as linhas de metrô eram menores, dezenas de milhares tomavam os bairros no entorno do Pacaembu fazendo algazarra de todos os tipos.

Da festa à bagunça. O mesmo ocorria dentro do estádio. Ninguém era punido por aprontar. Mas ninguém levava bombas e armas de fogo ao campo de futebol.

A torcida do Corinthians na arquibancada sem cadeiras cantava, cantava, cantava e … Cantava!

Na época, quando só havia “Socratistas”, o corintiano jamais diria ou pensaria:

“Hoje o Sócrates está machucado. O time não tem mais chance de título. Não vou ao Pacaembu torcer pelo Timão”.

Isso não existia. Repito: se tratava da festa chamada Corinthians, seja qual fosse o placar do jogo, escalação ou chances de conquista.

Só uma coisa era radicalmente exigida pelo corintiano. Garra! E muita!

Cabiam 70 mil no Pacaembu. Nada de de proibição de bebidas, faixas, bandeiras e intrumentos musicais.

Os anos passaram e o cenário mudou: O Corinthians montou grandes times, ganhou titulos nacionais, e acostumou “mal seu torcedor”. A importância de cada competição também mudou.

E apareceu outro tipo de corintiano.

O “Ronaldista”.

Antes dos chiliques, crises e esplosões de ódio, deixo claro que não há melhor ou pior, certo ou errado…Cada indivíduo tem sua forma de viver a paixão.

Ambos os lados são bons, corintianos de verdade e estão certos.

Isso é normal. No meio de milhões de pessoas, como na nação alvinegra, a maneira de sentir e curtir a paixão difere de acordo com o corintiano. Há quem cobre mais ou menos. O mesmo vale para exigir dedicação, tamanho de expectativa, ira, tristeza, alegria…

O corintiano “Ronaldista” exige coisas diferentes do corintiano “Socratista”. É outra relação.

Ele quer craques em campo, títulos, a Libertadores é questão de vida ou morte, tal qual a construção de um estádio ou a posse do Pacaembu.

Isso não significa que um é necessariamente mais fanático que seu companheiro de torcida. Intensidade de amor é pessoal, não se define por preferência ou marca.

Mas dá para notar que o “Socratista” aguardava a hora de estar perto do Corinthians e isso era quase tudo, enquanto o “Ronaldista” decide, baseado no momento, se vai ao jogo ou não, além de não admitir derrotas importantes.

O “Socratista”, para que fique ainda mais claro, adora o Ronaldo, pois ama o bom futebol e se orgulha de ter um atleta de tal nível no time, em especial o atacante que se identificou com a camisa do time.

A diferença é que a motivação para ir ao estádio não depende de ter Ronaldo ou de disputar algo.

Ser “Ronaldista” ou “Socratista” também não é questão de idade. Conheço adolescentes de comportamente “socratista” e adultos que viveram o período do Magrão e são “ronaldistas”.

O “Socratista” não admite preferência por Palmeiras no clássico contra o próprio time para evitar o título do São Paulo. E nem cogita a possibilidade do time se empenhar pouco porque outras equipes podem ser beneficiadas.

O “Ronaldista”, mais apegado aos feitos da equipe, até torceu contra seus jogadores diante do Flamengo.

Para o “Socratista”, tirante os muito jovens, o Palmeiras é o maior adversário.

O “Ronaldista” não admite, pois faz parte do seu discurso padrão, que o prazer de ganhar do São Paulo e chegar mais longe nas competições que o tricampeão do mundo supera a sensação de fazer os 3 pontos contra qualquer outro time.

Eis os dois “partidos futebolísticos corintianos”, “Sócratistas” e os “Ronaldistas”, unidos pelo amor ao Sport Club Corinthians Paulista."

11 comentários:

  1. Legal esse post, mas não concordo com essa divisão entre socratistas e ronaldistas. Acho, na verdade, que todo o ronaldista com mais de 35 anos nunca deixou de ser um socratista.

    Foram os tempos que mudaram, mas o combustível que move o corintiano verdadeiro - e não me refiro à cachaça - continua sendo a paixão cega e irrestrita pelo time, com ou sem Sócrates, Ronaldo, títulos importantes ou estádio próprio. Se querem um exemplo concreto e recente, vide a Série B de 2008.

    Pensem que no período socratista - 78 a 84 - nenhum dos maiores rivais da capital havia ganho uma única Libertadores sequer. Nesta época tirando o super time do Flamengo e do Grêmio, praticamente só argentino ganhava. O próprio Campeonato Brasileiro rondava só 10 anos de existência. O Palmeiras tinha 2 títulos, o São Paulo 1. Ninguém via campeonato Europeu. O Paulistão e nossa liderança de títulos era bem mais importante mesmo. O que a torcida podia almejar mais?

    Os anos se passaram e nossos rivais começaram a ganhar competições cada vez mais importantes. Demoramos a ganhar um título brasileiro e precisamos ganhar uma Libertadores. É foda ficar pra trás, admito, mas isto não significa que o socratismo ou a paixão tenham diminuído. Se não ganharmos, a torcida não vai virar casaca, se cairmos de novo pra série B, vamos encher o Pacaembu outra vez e se o Ronaldo for embora, vamos torcer pra qualquer 9 grosso que puserem no lugar.

    Bom ou mau, certo ou errado, isto é o corintianismo!

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  2. O Chulapa era um anexo. Representa uma época que o SP achava que tinha que ser como o Corinthians, raçudo e folclórico.

    Depois que o SP foi "transformado" pelo professor, achou sua identidade. O resto da história tá brilhando no memorial do morumbi.

    Sou Tele Santanista.

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  3. Chulapa jogava muito. O único problema era seu desequilíbrio mental...

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  4. Caros,
    Em primeiro lugar quero me manisfestar sobre o Vitor Birner:
    - Um bosta de comentárista tendencioso.
    - Invejoso em relação a nação alvi-negra.

    continuando...Isso não existe!!! a torcida do Corinthians é maior que seus jogadores e que o próprio clube, é a fiel, presente em todos os momentos, inclusive quando não vale nada para nós, com Ronaldo ou com Souza a torcida continua cantando e vibrando.

    Quanto a mim: Não sou Ronaldista, Socratista, Netista e nem Marcelinho Carioquista (mesmo esse sendo especial) sou CURINTHIA!!! sou Timão!!!

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  5. Esse é o paradoxo corinthiano. Por mais bosta que esse time seja, os corinthianos adoram. Melhorar pra que?

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  6. Pino, acho que vc confundiu Vitor Birner com Juca Kfouri quando disse comentarista tendencioso.

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  7. É isso aí Pino, também sou dessa linha. E como diria o Sapão, esse papo de véio não dá.
    Esse Birner não sabe nada.

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  8. O Vitor Birner é um bossal. Ouví-lo ao lado do Juca Kfouri causa náuseas, tanto por um como pelo outro. Gutão e Pino mandaram muito bem, nada a acrescer. Nóis é curinthia! Procure algum torcida que grite: "Corinthiano, maloqueiro e sofredor, graças a Deus!".
    Continuando, o Birner é mais chato q o Marco Aurélio Cunha. Ele enxerga pro São Paulo os mesmos absurdos que a globo enxerga pro flamengo e outros cariocas.
    Esse post ele escreveu cheio de ódio, pq o time dele, o sao paulo, nao vai ganhar o brasileiro deste ano. Só isso.
    Triste um cara desses ter tanto espaço na mídia.

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  9. Também acho o Birner bem fraquinho Gentil, mas muito fraco mesmo. Chato, grosso... não entendo porque o Juca o inventou.

    Concordo com tudo que foi dito por meus pares maloqueros, e não enxergo essa divisão que o texto aponta de torcedores.

    Acho que ele poderia ,por exemplo, ter comparado um período de abertura democrática, vivido com intensidade nos dias do Doutor, com o "Fim da História", cujo maior ícone planetário hoje veste o manto do Alvinegro do Parque.

    Mas ele é meio limitado pra chegar nisso.

    E no mais,acho, que a torcida do Flu e do Vasco esse ano derrubaram mitos de Fidelidade construídos em torno da nação corintiana.

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